A parceria - Cap. 16 - Mãe postiça

LEIAM ISSO: Muito obrigada mesmo as minhas lindas leitoras! <3 Você que lê e não comenta, obrigada também. Mas, por favor, não comentem "continua", quero saber a opinião de vocês sobre a história, se tem algo que vocês não gostaram, etc. Mas obrigada por todas as reviews, suas lindas!
Boa leitura :)


No caminho todo eu fiquei mexendo no Twitter, dizendo que tinha passado por experiências novas e que eu tinha gostado muito delas. Quando Justin ver vai reclamar dizendo que eu falo demais e as pessoas podem perceber, assim como ele faz quase sempre:

– Estava lembrando da ligação do Scooter... Vamos passar a premiação sozinhos. Mas enquanto eu estiver lá, minha cabeça vai estar com eles. – Ele disse num tom de sussurro, enquanto chegávamos em sua casa e ele estacionava devagar dentro da garagem.

– Você vai ter de se concentrar pelo menos um pouco. Lembre-se do mini ensaio que tivemos hoje, Baby. – Ele suspirou e quando desligou o carro, olhou pra baixo tentando disfarçar sua aflição. – Não se esqueça que eu to aqui pra tudo, sempre, e isso nunca vai mudar. Mesmo que o certo seja "Never Say Never". – Eu ri quando terminei e ele sorriu também, lhe dei dois selinhos e em seguida saímos os dois juntos do carro. Logo quando abrimos a porta de casa, Rose, a empregada nos chamou e disse:  

– Ei, senhor Bieber e dona Evans, a senhorita Molly está gritando faz um tempão... Eu queria ajudá-la, mas ela disse que só o senhor poderia resolver.

Olhei pro Justin de um jeito ameaçador, bufei e ele apenas sorriu como resposta a ela, sussurrou algo e fomos em direção ao banheiro.

– Espera, por que vamos entrar aqui? Pelo amor de Deus Justin, não quero ver essa menina nua!

– Você irá gostar da cena... Aprecie!

Ele abriu a porta e estendeu a mão num sinal pra que eu entrasse. Não deu outra, quando vi a situação ri como uma criança quando vê alguém cair:

– Você estava se masturbando? Tem algum problema? Olha, essa vassoura pode te machucar hein! – Eu gritei, rindo descontroladamente me encostando na parede para conseguir recuperar meu ar.

Justin me acompanhava, mas sorria de um jeito mais controlado pra que Molly não sentisse tanta vergonha. Acho que se ela pudesse, colocaria a cabeça no chão como uma avestruz pra disfarçar. Ela estava sentada em cima da pia, com a bunda completamente enfiada dentro dela, apenas com um roupão branco. Suas pernas estava um pouco abertar e ela segurava uma vassoura para de "defender":

– Meu Deus, cale a boca! Kristen está dormindo no quarto ao lado e não pode acordar ouvindo uma coisa dessas! Ela tem seis anos!

– Ui, desculpe... Mas até eu consigo me livrar dessa situação, e olha que sou loira, linda e alta! – Eu ri, e quando já estava mais recomposta, olhei para Jus – E aí, onde está a causadora disso tudo? – Olhei em volta – Espere, essa era a grande ajuda que você precisava? Mas pelo amor, não acredito que tivemos que sair do meu quarto gostoso e quentinho pra vir aqui cuidar disso...

– Primeiramente eu não chamei você, e sim o Biebs para me ajudar. Você veio porque quis. – Ela disse me matando com os olhos.

– Não diga o que você não sabe, Molly. Ela veio porque eu pedi. Eu queria, quero e sempre vou querer a companhia da minha namorada. Com ela do meu lado, não tenho medo de nada. Seria bom você arrumar um namorado, sabia? Pra que ele possa mandar seus medos pra longe também. Principalmente pra ocupar seu tempo e matar as baratas quando você tem medo. – Ele resmungou, procurando a barata pelo banheiro.

Eu coloquei um sorriso vitorioso nos lábios e junto com meu loirinho, achamos a barata. Confesso que era grande, mas não tanto pra causar aquele reboliço todo:

– No 3 você sabe o que fazer, Nathalie... – Ele disse, com um chinelo na mão. – Um, dois, três!

No sinal eu empurrei muito rápido o criado mudo e a barata saiu de lá disparada, mas com a rapidez de Justin ela não durou nem mais que cinco segundos depois que deu partida. Justin olhou pra mim sorrindo, pegou a barata com um pedaço de papel higiênico e quando ia colocá-la dentro do lixo, pedi:

– Baby, posso fazer uma coisa?

Ele estranhou, mas fez sinal de sim com a cabeça. Devagar, peguei o papel da mão dele e fui me aproximando de Molly. Ela estava olhando pro chão então nem percebeu, mas quando olhou pra frente e me viu, gritou de um jeito que nunca ouvi antes:

– AAAAAAAAAAAAAAAA MEU DEUS, TIRA ISSO DE MIM, TIRA TIRA! – Eu ria novamente até ficar vermelha, acariciei o rosto dela e disse:

–Fique calminha, olhe, ela está morta... A pobre Molly mirim está mortinha da Silva! – Fiz bico de neném e dei de ombros. Devolvi a Molly mirim a Justin e ele jogou-a no lixo, dessa vez ela não voltou pra minha mão! Molly saiu de cima da pia e ficou no chão, ajeitou seu roupão e colocou a vassoura encostada na parede. Prendeu seu cabelo num coque e veio em minha direção enquanto eu fazia carinho no cabelo de Justin.

– Sem querer interromper o momento... – Ela disse.

– Mas já interrompendo. – Eu respondi, de deboche.

– Quero agradecer por vocês terem me ajudado. Eu tenho uma monstruosa fobia a baratas, e sem vocês acho que teria morrido! – Ela foi se aproximando para abraçar meu marido, mas o afastei e a fitei:

– Own, que dó. Por nada... Agora vaza! – Pisquei.

Ela bufou e saiu do banheiro. Quando me virei para que Justin me desse um beijo, alguém abre a porta e quase cai no chão:

– Boo Boo? – Kristen disse dando passos lentos vindo em nossa direção.

– Pequena, pare de coçar o olho, não faz bem depois que acordamos... As sujeirinhas podem entrar dentro dele e pode machucar, sabia? – Justin disse, pegando-a no colo e deixando-a entre eu e ele. Ajeitei o casaco dela e coloquei seu cabelo para trás. Ela encostou a cabeça em meu ombro enquanto seu corpo ficava grudado no de Bieber, achei engraçado então sorri de leve:

– O que houve Kris? – Eu sussurrei, olhei pra ela e depois pro Justin, acariciei seu cabelo.

– Estou com saudades da mamãe... – Ela fechou os olhos e fez biquinho, depois de alguns segundos ouvi ela respirar fundo para não chorar.

– Awn minha linda... – Eu disse, peguei-a no colo e encostei sua cabeça em meu peito, conseguindo sentir a respiração quentinha dela no meu pescoço. – Sua mamãe está bem, e pode ter certeza que ela também está com saudades.

– Mas ela não liga! Mab disse que ela está ocupada com o trabalho, mas discar no celular ocupa pouquinho tempo, né?

Justin me abraçou de lado e com a outra mão ficou fazendo carinho em Kristen até que ela se acalmasse.

– Não queremos que você chore, tudo bem? Estamos aqui. Nathalie parece com sua mãe, certo? – Ele disse e ela me olhou por um tempo, depois fez sinal de sim com a cabeça. – Ela será sua mãe postiça, o que acha?

– Eba! – Ela disse com um sorriso no rosto, e sim, eu tinha deixado-a feliz apenas fingindo ser a mãe dela... Crianças, tem algum ser mais sincero e puro? A resposta é óbvia: NÃO! A não ser Justin, mas ele ainda é um neném.

Saímos do banheiro depois de algum tempo e deitamos Kristen no quarto de Mabelle, já que Molly tinha saído e nós não sabíamos pra onde. Mab estava dormindo também.. Será que o fuso horário de Chicago é diferente do daqui? Só pode! Quando estávamos saindo do quarto, Kris acordou novamente:

– Boo e mamãe... – Ela disse, abrindo os olhos devagar e estendendo a mão. Saiu de cima da cama bem devagar, e quanto seus pés tocaram ao chão, ela saiu correndo na direção do Jus. Estendeu os braços, sempre com a chupeta na boca e com a mão ocupada segurando seu lençinho de dormir. Ele pegou-a no colo e ela me olhou, em seguida estendeu os braços pra mim fazendo sinal de que queria vir comigo.

– Olha quem está de mamãe nova! – Justin disse brincando, enquanto colocou Kristen em meus braços, me deu três selinhos. Ela sorriu nos olhando. Descemos as escadas e Justin me segurava pelas costas, pra que se eu não agüentasse Kristen, ele segurasse nós duas. Chegamos na sala e estávamos praticamente sozinhos em casa. Mabelle estava dormindo, Molly tinha saído, Rose de folga, Kenny e Alfredo viajando com Scooter e Pattie... Tudo nosso! Sentamos no sofá: Justin sentado quase deitado, eu em cima dele encostada em sua barriga e Kristen deitada de barriga pra cima sobre meu peito, enquanto eu fazia carinho nela, ela pegava novamente no sono.

– O que quer assistir? – Ele disse, pegando o controle e passando os canais.

– Não quero ver nada... – Sussurrei olhando para Kristen. – Pode acordá-la. – Ele desligou a TV na hora em que eu disse isso, me olhou e eu pude ver que ele sorriu. – O que foi?

– Está mesmo gostando dessa idéia de ser mãe postiça, não é? – Ele acariciou meu cabelo.

– Sim... Sei como é ruim sentir falta da mãe, então vou tentar ajudá-la do modo possível.

Justin se levantou devagar, deitou minha cabeça no braço do sofá e me ajeitou no mesmo. O olhei com cara de "o que você vai fazer?". Ele foi até a mesa, pegou seu iPhone e tirou uma foto minha enquanto eu fazia carinho na Kristen.

– Instagram, instagram, instragram... Achei! – O ouvi sussurrar e voltei a olhar pra ele. – As mulheres da minha vida... – Ouvi ele continuar, escrevia tudo aquilo tocando a ponta dos dedos na tela do celular. – Prontinho. – Ele sorriu e desligou a tela do mesmo, colocou o celular de volta a mesa e veio até a mim, deu uma leve subida na calça, já que estava quase no joelho.

– Aposto que seu tamanho de calça é, sei lá, 40, mas você faz questão de comprar 48 só pra ficar caindo toda hora. Gosta de mostrar sua cueca, não é mesmo? – Eu ri baixinho.

– Engraçadinha... Sei que adora ver elas, então pode ficando calada. – Ele respondeu e se sentou na frente do sofá, me olhando.

– O que é meu eu posso ver, então nem me importo...

– As Beliebers gostam.

– Eu sei. Você é lindo mesmo.

– Gostoso.

Soltei uma gargalhada sem poder me controlar:

– Iludido!

– Assume.

– Convencido.

– Chatinha.

– Ridículo.

– Bebê.

– Criança.

– Você fala demais!

– Ah é? E o que você vai fazer? Eu aposto que te venço nessas briguinhas de uma...

Quando ia terminar a frase, Justin colocou a mão no meu rosto e o puxou, me deu dois selinhos e em seguida iniciou um beijo lento, mas que não durou muito tempo:

– Você fala demais... Tive que te calar. – Ele disse dando de ombros.

Dei um tapa de leve no braço dele e sorri.

– Falo o necessário... Mas não se iluda, eu ganhei, gatinho. – Pisquei e fiz cara de convencida, ele apenas fez sinal de não com a cabeça e bufou num tipo de "teimosa". – Me diz... O que postou no Instagram?

–Tirei uma foto sua com Kris, ficou bonita. Tive que postar.

– E a legenda? – Disse num tom de sussurro.

– O que loirinha? – Ele riu me olhando. Abaixei um pouco a cabeça e comecei a fingir que estava catando piolhos no cabelo de Kristen.

– A legenda, Jus...  – Eu disse disfarçando.

– As mulheres da minha vida... – Ele segurou meu queixo e colocou meu rosto na frente do dele. – Só faltou minha mãe, ela pode ficar com ciúmes... Mas por enquanto, você sabe, estou chateado com ela, então...

– Quer dizer que só colocou aquela legenda pra que sua mãe ficasse enciumada? Que esperto! – Eu sorri.

– Não, Nath! Eu juro pra você que não foi por isso, por favor, não entenda erra... – Dei dois selinhos nele.

– Você fala demais. – Eu ri. – Não se preocupe, eu entendi, só queria brincar um pouquinho com você, tudo bem?

– Não roube minhas manias de calar com beijo, ok?

– Não vou você que inventou, então fique bem quietinho. – Mostrei a língua.

– Você ta afiadinha hoje...

– Faz parte, meu cabelo ajuda. – Eu ri.

Molly chegou acabando completamente com o clima, ela abriu a porta ainda com aquela cara de irritada, mas ao me ver grudada com Kristen, suas bochechas avermelharam. Mas foi de raiva. Ela apenas se aproximou, pegou a pequena e subiu com ela. Antes de chegar ao corredor do segundo andar, me olhou com olhar desafiador, em seguida andou até obviamente chegar a seu quarto.

– Espero que Kristen fique bem. Molly a maltrata, não acha?

– Molly está estranha esses dias, não sei por que.. Mas pode acreditar, não é pra defender, mas ela é uma pessoa boa quando quer.

– Quando quer... E acredite, não é questão de ela ser uma pessoa ruim, ela não gosta de mim.

– Claro, você namora comigo.. – Ele sussurrou pra si mesmo, mas eu consegui ouvir.

– O que? Não entendi.

– Não sei, mas acho que ela gosta de mim. Quando éramos pequenos nós namoramos, eu tinha sete anos e ela seis, não foi nada de mais, não tinha beijo nem nada. Quando "terminamos" foi porque ela me trocou por um garoto um ano mais velho que eu, era mais popular... Mas éramos tão pequenos, não ligávamos pra isso! Sempre fomos amigos, nada nunca mudou, eu já desencanei dela faz tempo, mas ela não para de investir. Não é diretamente, ela faz coisas, diz... Parecem ter segundas intenções, malícias... Mas eu não ligo, porque amo você, não ela. Se eu precisar ter uma conversa séria com ela sobre isso, eu falo.

– Só não a magoe. Nem sem querer. A pessoa pode ser a pior do mundo Justin, mas não merece sofrimento. – Eu disse e desviei o olhar, suspirei.

– Está vendo o quanto você é perfeita? Tem uma menina tentando pegar seu namorado e mesmo assim você não quer o mal dela... – Ele ficou em cima de mim devagar e me olhou. – Cada dia eu só me apaixono mais e mais, não dá pra negar isso. – Eu sorri de leve e ele acariciou meu braço até meu ombro, passou a mão pelo meu pescoço até minha nuca. Eu virei o rosto para negar um beijo mas não adiantou de nada. Ele foi aproximando seu rosto devagar do meu, sua outra mão foi para meu quadril. Nossos narizes se tocaram, nossos lábios começaram a roçar um no outro. Olhos fechados, respiração calma... O beijo se iniciou. Intenso mas ao mesmo tempo calmo, aquele gostoso que se consegue sentir a língua. Coloquei a mão em seu rosto e acariciei a bochecha dele, meus dedos foram parar atrás de sua orelha e a arranhei de leve, ele ficou arrepiado e eu sorri de leve. Dei dois selinhos nele e o beijo parou, ficamos nos olhando por um tempo até que ele finalmente quebrou o silêncio:

– Nada vai separar a gente. Muito menos uma menina que acha que o passado ainda continua presente... Eu prometo, loirinha. Jathalie vai ser pra sempre. – Ele sorriu com os lábios e eu correspondi.

Molly desceu e ficou em nossa frente, cruzou os braços:

– Justin, sua mãe ligou e disse que voltará um dia depois da premiação.

– Por que ela não ligou diretamente pra mim?

– Ah, sei lá... Talvez ela não tenha conseguido.

– Ok, Molly. Obrigada por avisar.

Eu não a olhei em nenhum momento, quando Justin percebeu sorriu baixinho da minha situação.

– Nathalie? – Molly disse só para me irritar. A fitei, não queria pagar de mal educada.

– Sim?

– Sua boca está vermelha... Por quê? – Ela disse se aproximando e fitando a mesma, se agachou para ver melhor.

– Nossa, sai de perto! – Gritei. – Eu estava beijando meu namorado intensamente, por isso minha boca está dessa maneira. Quer motivo mais gostoso que esse? – Dei um sorriso vitorioso com os lábios, ela se afastou e cruzou os braços.

– Se tivesse levado um soco no meio dos dentes seria sim um motivo mais gostoso, pelo menos pra mim... – Ela sussurrou , mas escutei.

– Acalme-se! – Justin sussurrou em meu ouvido, deve ter escutado o que ela disse também.

– Mas...

– Shh loirinha. – Ele sussurrou novamente. – Respira vai, um dois, um dois...

Fiz o que ele disse e acariciei a parte de trás do seu cabelo, respirei fundo algumas vezes, fechei os olhos e suspirei, voltei a olhá-la.

– Esse motivo seria uma delícia se tivesse acontecido com você. Sei lá, pelo menos pra mim! – Eu disse sarcástica, a olhando.

– Shawty! – Justin disse fazendo uma cara de bravo.

– Desculpe, não pude me controlar. Mas sabia que você é o namorado mais lindo do mundo? – Quando eu disse isso, as bochechas dele avermelharam de um jeito engraçado, eu sorri e dei um selinho nele.

– Qual motivo? Eu beijar o Justin? Hahaha, eu sei que ele quer me beijar e tal... – Ela continuou.

– Cala a boca ou eu te espanco, vadia! – Gritei e empurrei Justin, ele se deitou automaticamente nas costas do sofá. Me levantei e fiquei na frente dela, a fitando com raiva.

– Jura? Nathalie Princesinha Evans batendo nos outros? Mas que feio... Seus fãs ficarão decepcionados. – Ela mexia na unha fingindo não se importar.

– Pelo menos eu tenho fãs e você? Haha.

– Por que você não vai lá ressuscitar sua mãe pra parar de me encher o saco? Se manca, garota!

– O que? Não coloque minha mãe no meio disso! – Levantei a mão direita para dar um tapa no rosto dela, mas no mesmo momento Justin segurou a mesma e a abaixou, desesperado:

– Nathalie, para, por favor... Fica calma. – Ele disse com aquela voz doce, me olhou e eu abaixei a cabeça triste, ele olhou Molly:

– O que você tem na cabeça? Ficou ou é doente? Aposto que se falássemos de algum parente querido seu que faleceu você não iria gostar. Isso é ponto fraco, cresce Molly, pelo amor de Deus!

– Quer dizer então que a sua namoradinha pode querer me bater e eu não posso atingi-la do meu modo? Ah, desculpe, não sabia desse detalhe... – Ela ironizou.

Me sentei no sofá e afundei minha cabeça num travesseiro que estava jogado nele, meu corpo se deitou no mesmo também.

– Saia daqui, por favor  – Ele disse num tom calmo. Se passara segundos e ela continuava lá. – Molly, por favor... – Ele continuou. – Ta surda, porra? Sai daqui, caralho! – Ele gritou, não reconheci Justin nessa hora, mas assumo que gostei da atitude que ele tomou.

Ouvi passos lentos até a escada, depois eles voltaram:

– Ah, lembrei... Pattie disse que vou na premiação com vocês.

Nessa hora meu sangue esfriou e eu a fitei, ela percebeu e subiu ligeira. Eu já estava chorando só pelo que ela disse, me levantei e enxuguei minhas lágrimas num lencinho, peguei minha bolsa:

– Onde você vai? Ei, espera! – Justin disse, veio até a mim. – Loirinha, não fica assim, por favor... – As lágrimas teimosas, devagar, iam voltando a cair de meus olhos.

Ele ficou me olhando sem parar. Justin não sabia o que fazer pra me acalmar. O mais engraçado é que ele sempre sabe, então ver ele ficar perdido faz com que eu veja que isso não atingiu só a mim, mas a ele também.

– Eu... Eu sei que o que Molly fez foi horrível, eu sinto muito por ela.– Ele disse, olhando em volta. Não soltei uma palavra, apenas suspirei. – Ela tem problemas psicológicos, não é possível, ela não pode brincar com você dessa maneira... – Ele me viu arrumar a bolsa para ir embora. – Nathalie, por favor, me desculpa! Eu não vou deixar...

– Para com isso, ok? Você não tem culpa por o que ela disse. E é verdade, porque não deixo você namorar com ela? Bem capaz do beijo dela ser melhor que o meu.

– O que? Você só pode estar brincando mesmo, isso nunca vai acontecer!

– O foco não é esse... Ela falou da minha mãe, ela não tem esse direito! – Me virei pra ele chorando desesperadamente, respirando fundo pro coração continuar a bater.

Ele ficou na frente da porta, me olhando com uma cara triste.

– Nosso amor supera tudo. Se Molly for uma barreira, nós atravessaremos ela também. Mas precisamos ficar juntos pra que seu sorriso lindo permaneça nos seus lábios. – Ele disse e foi se aproximando de mim devagar. Eu estava me acalmando, e o choro ficando mais fraco. – Nathalie, olha pra mim... – Ele disse e depois de um tempo eu o fitei nos olhos. – Bate em mim, me xinga, me judia... Mas não chora. Isso eu não posso suportar. – Ele limpou minha bochecha e não parou de olhar pra mim.

– Jus... – Eu disse baixo.

– Seus olhos azuis são os mais lindos do mundo. Você não pode tampar eles com essas lágrimas. A loirinha quer ser feia? – Ele disse e sorriu, eu ri em seguida e conseguimos disfarçar um pouco o clima pesado.

– Não importa o que aconteça, eu sempre serei linda. – Respondi me gabando e pisquei.

– Todos sabem disso.

– Então eu posso estar com o cabelo bagunçado e fedido, olhos cheios de maquiagem borrada, dentes com alface e feijão, roupas largas e descalça, vou continuar sendo perfeita? E quando eu estiver velhinha e com tudo caído? – Eu disse e ri, imaginando a cena.

– Você é linda de qualquer maneira, não posso negar isso. Eu lavo e arrumo seu cabelo, tiro sua maquiagem com algodão, escovo seus dentes; até com minha escova se precisar! Troco sua roupa, uma parte que eu adoraria viu... – Ele disse e fez cara de safado, rimos. – Tenho certeza de três coisas quando estiver velhinha: você terá vários filhos e netos pela casa, estará linda como sempre e, principalmente, estaremos sentados na varanda da nossa casa, um em casa cadeira, nos balançando. Estaremos com as mãos entrelaçadas e sorrindo, vendo como nosso amor é verdadeiro. – Ele completou e eu fiquei sem palavras, apenas o olhei.

– Justin... Eu amo você. – Foi o que conseguiu sair. Que merda! Eu podia ser romântica como ele. Saco. Ele sorriu. – O que foi?

– Você é perfeita... – Ele sussurrou e se aproximou, me beijou devagar.

Eu não queria, ainda estava triste com o que Molly disse, mas o toque dele é tão bom que eu tive que me entregar. O beijo dele é gostoso, calmo e quente ao mesmo tempo. Sinto a língua dele e isso me deixa mais calma... Ele encostou meu corpo no dele e passou a mão pelo meu braço até meu quadril, depois elas acariciaram minhas coxas e voltaram pra minha cintura. Dei dois selinhos nele, se não eu já sei como isso vai terminar.

– Justin... Tenho que ir. – Eu disse, o afastando devagar.

– Por favor, não vai não. – Ele disse me olhando nos olhos e ficando mais próximo de mim novamente, ele acariciou minha bochecha com o dedo polegar.

– Eu preciso. Vou superar isso, mas imaginar que ela também está aqui me deixa mal.

– Tudo bem, eu entendo... Mas promete que depois de amanhã você estará muito bem, e linda? A premiação brilhará pra você, não esqueça do que vamos fazer juntos. – Eu sorri com aquelas palavras, ele é meu anjo.

– Ela vai, não é?

– Não sei... Não estou falando com minha mãe, então não vou ligar. Mas talvez ela vá sim. Mas ela ficará na área dos convidados, não nas dos...

– VIPs como a gente? É, eu sei. – Eu sorri, vitoriosa.

– Boba! – Ele disse e eu ri, já estava me sentindo melhor. Só Justin e Miley conseguem fazer isso comigo, é incrível.

– Vou estar deslumbrante, vou deixar ela de queixo caído. Serei a garota mais linda daquela premiação, aguarde e veja.

– Aguardarei e verei... – Ele disse e me puxou pela mão, me deu três selinhos e eu ri, acariciei o cabelo dele. – Vem, vou te levar pra casa. – Ele sussurrou e fez isso...